06/05/2010

To Be Not Continued

Dobra-me o corpo ainda hoje
Apocalíptica palavra me trás
O adeus no silencio prestante
Os olhos que não vêem mais

Dizem que quando teu verso chega
Bastardo ser arde à solidão
A aura de luz se apaga
Endurecem-lhe as mãos

A pálpebra fria se estala
E jaz o calor da tez
Tudo se torna passado
Bendita foi quem o fez

É mórbido o som da lacuna
Incerta a certeza do avante
Quieta a pressa de antes
Que agora é calma

Farta insana batalha
Se atreves de hora marcada
Lista Cinza Senhora
Ser mãe do nada

E ides juntar-me aos piegas
Também me unir aos ateus
Pois, na lapide me escrevam “Poeta”
Morreu pensando ser Deus

Foi justo homem inocente
Viveu deforma exclusiva
Chorou e sorriu mil vezes
Por fim, amou-te na vida

Poeticamente, um médio
Politicamente, um vigia
Artisticamente, ninguém
Humanamente, servia-te!

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