Dobra-me o corpo ainda hoje
Apocalíptica palavra me trás
O adeus no silencio prestante
Os olhos que não vêem mais
Dizem que quando teu verso chega
Bastardo ser arde à solidão
A aura de luz se apaga
Endurecem-lhe as mãos
A pálpebra fria se estala
E jaz o calor da tez
Tudo se torna passado
Bendita foi quem o fez
É mórbido o som da lacuna
Incerta a certeza do avante
Quieta a pressa de antes
Que agora é calma
Farta insana batalha
Se atreves de hora marcada
Lista Cinza Senhora
Ser mãe do nada
E ides juntar-me aos piegas
Também me unir aos ateus
Pois, na lapide me escrevam “Poeta”
Morreu pensando ser Deus
Foi justo homem inocente
Viveu deforma exclusiva
Chorou e sorriu mil vezes
Por fim, amou-te na vida
Poeticamente, um médio
Politicamente, um vigia
Artisticamente, ninguém
Humanamente, servia-te!
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