29/04/2010

O Outro Lado !

Quando sobra o silencio
E a noite dobra em seu espanto
Resta-me permanecer atento
Até que se dissipem os desenganos

Quando não me vem os versos
E a poesia tão pouco chega
Sobra-me o espanto, resta-me o silencio
E nenhuma certeza

Quando tudo é saudade
E toda verdade anuviada
Nenhum verso salva

Nem este instante deixa
Nem o tempo passa
Só o vazio me beija

Buenos Aires - 29 Abr 2010
With Charlie Brown - Na Maior Moral -

28/04/2010

TERRA

Muito a dizer
Muitíssimo a ouvir
Bastante por crer
Tanto a seguir

Menos a chegar
Pouco a dividir
Nulo a invejar
Zero a mentir

Meio ai
Metade aqui
51% afins

Meio mais ou menos
Menos muito mais
Altamente Paz !

Ao Som De - Charlie Brown Jr. - Senhor do Tempo


27/04/2010

A Tua Lira !


Em comunhão com o céu atiro o verso
Na direção do bem que nunca acaba
Arrefeço o ar e encho o peito
Devoro a calma

Na fé é que alimento as esperanças
Enquanto sou devoto das palavras
De um tempo que transcende meu juízo
Por nuvens claras

Digo que o amor tem seus segredos
Guardados sobre as vestes de um beijo
Que o tino guarda

E a lira quando chora é quem derrama
Na gota de um orvalho o mundo inteiro
Que em ti descansa !

Ao Som De Marisa Monte – Segue o Seco

26/04/2010

Segue O Verso !

A manga caiu do pé ainda verde
Rosa a sua sombra era saudades
Arriscava ler o que meus versos
Disse sobre o amor quando é verdade

Perto logo ali se ouvia as águas
O cheiro do seu amor cobria a pele
Os pássaros repetiam a mesma prece
Porque quando se ama tudo é leve

Com os olhos integrado a tal cenário
Levantou aos céus as suas mãos
Agradeceu a Deus e em seu segredo
Sorriu com o mais profundo coração

Alimentada a alma deu-me as costas
Sabia haver deixado a solidão

Ao Som De Marisa Monte – Segue o Seco

23/04/2010

O Mar Dos Olhos Teus !

Entre a certeza e a dúvida
O "sim" deve ser a busca
Assim como aquece a lua
As noites frias do mar

O mar das canções infinitas
Das brisas mais repentinas
De todo silêncio que grita
O nosso querer encontrar

A face dos novos caminhos
Tão feita de amores sorrindo
De abraços como este cá

E agora que foi-se o acaso
O “sim” nos meus versos tão raros
Habita O Teu Fundo Do Olhar

Canta –Lenine = O Último Pôr-Do-Sol

Antes Foi Só...

Poeta que poema as flores
Flores do poeta, amores
Ides por um sempre fostes
A inspiração da palavra.


Farta, transpirada, ardente
Ciente, direcionada, urgente
Tua, impregnada, um ventre
Feitas com as mãos da vida


Sabes donde guardo as silabas
Donde sois a despedida
Rouba-me o pouco verso


Ontem teu maior império
Hora meu pesar dislexo
Dúbia tua companhia


Canta Lenine – O Ultimo Pôr-Do-Sol

22/04/2010

Ping Pong !

O chiclete já sem gosto
Deixou um sabor de nada
Assim como a mão que escondes
Assim como o afago que guardas

Para Outra Boca

É louca a noção das coisas
O meu juntar de palavras
É brisa de força mais branda
Ou a força de uma tapa na cara

Ciúmes - Mata

Matou o gosto do antes
E a fome inteira da vida
Grudou no sapato de alguém
Quem sabe este alguém não tropica

Canta Lenine – O Ultimo Pôr-Do-Sol

No Rio Um Tóquio De Nós !

Monique sonhou comigo
Dormindo abriu um sorriso
Sonhou que do alto mais lindo
Tóquio cabia nas mãos.

Então me contou que seus sonhos
São primaveras infinitas
São feitos de toda paisagem
Das crenças que leva na vida.

O que Monique já sabe
É que estive em teu sonho
Na pura forma de anjo,

E desprovido da carne
Porque do outro lado do mundo
O amor bem mais cedo nasce


Dedicado A Você Meu Amor
Ao Som De Lenine

Aquarela No Sertão !

A cor do verso na mâo é branca
Laranja - foi que pintei a sala
A alma do arco-iris tem cor
E cega é a cor da palavra.

O chão rachou de amarelo
De cinza cobri as saudades
O verde eu creio é progresso
Vermelho já foi mocidade.

É roxa a coragem do padre
Marrom são olhos de mãe
Claro niguem nunca soube
Se Rosa Viveu De Emoções.

Pois este universo quem pinta
Por vezes apaga paixões.

LENINE DE FUNDO - O ÚLTIMO PÔR-DO-SOL

21/04/2010

Porque Saudades É Assim ! ? !

O coco caiu na areia.
A água adoçou as veias.
O branco de dentro me espelha,
A sede de ver meu bem.

Meus pés descalços reféns,
Abril nunca foi assim.
A praia deserta aprisiona,
Meu bem já passou aqui.

Dourada a pele tem marcas.
Qual praia meu bem viaja?
A água será que se acaba?
Que sede as saudades mata?

- É bem que nunca tem fim !

Podia o poema das coisas,
Enfim cantar teu encanto,
Sorrir e chorar nos meus versos,
Tudo no mesmo canto.

Voltemos à beira da praia,
A sede, meu bem e as águas,
Aos choros e cantos e falas,
De um coco-verde-maduro.

- No mundo que tudo é um sonho!

Ao Som De Lenine - O Ultimo Pôr-Do-Sol

20/04/2010

Samba Da Volta

Despretensiosa palavra bambeia
Com o pé nas saudades o outro na areia
Parece-me querê-la ouvir

É inquieta, instável, melindrosa
Bailarina, adolescente, generosa
Dizem que um poema faz sentir

Mas ela vagarosamente se destina
Incerta e transvestida de menina
Nem liga se a lembrança está aqui

- Assim? Assim que aguarde um pouco camarada
Deixa-me conversar com esta danada
Antes que ela saia por ai

- Ai? Ai que tudo fica meio penso
“Ce” sabe que ela habita o pensamento
E aumenta toda ausência que há mim

- E eu? Eu se condenado a teu silencio
Não vou viver na vida o seu momento
Nem vida eu vou contar que já vivi

Ao Som De - Samba Da Benção
Cantada Por Pierre Barou –
(Un Homme et une Femme)

19/04/2010

A Batida Da Mão É Um Verso Enciumado !

Versos pra matar a sede bem cedo
Porque à tarde? A tarde é noite que não veio
E eu que muitas vezes tenho medo
Sou capaz de ver num sim, teu não.

Na palma da mão ou nas costas da folha
Numa linha precisa
Ou na batida que ecoa
Meu verso é pra matar a solidão.

Respeito então!
Você com este gosto refinado
Amante de poetas “outros”, melhorado
Difícil é entendeis meu coração

E ele anda assim enciumado
Crente que tu tens outra paixão...

A Musica De Fundo É Do Mestre Vinicius – Samba Da Benção
Cantada Por Pierre Barou - (Un Homme et une Femme)

16/04/2010

Entre-Tantas-Nós


De repente calma
Nenhuma falta
O silêncio fala
Quem de nós soou

E o odor no quarto
Se mesclou ao cigarro
E você ao lado
Me parece amou

Sem insistir nada
Observo a carne
Como quem nunca olhou

E a palavra sabe
Porque já não cabe
Traduzir o amor

Nana Caymmi – Vinho Guardado

15/04/2010

“ V I N H I CE “

Sexo por entre dedos
Segredos guardados pra depois
Sussurros na ponta dos lábios
Gemido a dois

Boca flertando a mordida
Preguiça de voltar à vida
O gozo a espreita convida
A traduzir o que foi

A nossa trama de pernas
Enquanto espelho se nega e até quebra
Pra não contar que acabou

E assim - O vinho o silencio apresenta
Aos olhos cruzados a sentença
Marcados somos de amor

Ao Som De: Vinho Guardado – Nana Caymmi
Sampa 15/04/10

14/04/2010

O Amor É Uma Grande Descida

Boca que meu beijo pede
Sorriso que jamais se esquece
Face que meus olhos aquecem
É a direção deste amor...

Amar-te seja como for
Na calma e em todo fervor
No frio e também no calor
Por vezes breve...

Sentir nas entranhas da pele
Se leve, se perco, se segues
Razões por estar aqui...

Assim como estais ai
Ávida do teu verbo partir
Enquanto desço


Sampa 14 04 2010
Ao Som De: catedral - mais do que imaginei

13/04/2010

Além Em Mim !

De saudade e saudades pôde ouvir nos ventos
O lamento do tempo intrínseco em si mesmo
No fundo o presente é uma canção do silencio
Porque agora é só

O “Só” na garganta e teu gosto amaro
No compasso das horas donde tudo se acaba
Na viagem a seguir e sem volta marcada
Porque agora é nada

E a alma difusa se desfaz no caminho
E o agora é nada e o agora é sozinho
Porque disfarça

Num poema expresso na direção de você
Um você que eu amo e não soube esquecer
Porque não passa

Sampa 13 04 2010
Ao Som De: catedral - mais do que imaginei

12/04/2010

I N T E R N U S !

Dourava sem dó as duvidas
Com o fogo hermético da paixão
Com as mãos sabia ser rei
Andava com os pés no chão

Do asfalto se alimentava
E dele colhia flores
O teu sentido era o mar
Guardava amores

Fugiu não se sabe pra onde
Dizem viver longe daqui
Amou por uma só vez, contou a mim

A sua poesia onde está
Pediu pra que eu lhe contasse
O amor não mudou de lugar!

Sampa 12 04 2010
Ao Som De: catedral - mais do que imaginei

EM VÃO ! ? !

Vem !
Na hora mais plena que há em ti
Pra dividir o teu afago
Reinventar o amanhã
Encostar os lábios
E acender o destino
Despertar menino
Verbalizar a volta
Dizer que agora
Eu preciso ouvir
Teu concreto sim
Nesta invernada
Que se fez palavras
Feito flor na estrada
Reluzente em mim

Sampa 12 04 2010
Ao Som De: catedral - mais do que imaginei

07/04/2010

A Minha Flor Do Mar !


Por hora um céu de nuvens calmas
Refletidas no mar apaziguado
A brisa no rosto é uma canção do sempre
O meu sempre é um sonho e deste sonho me faço

Serena resposta que as ondas me trazem
No mergulho mais fundo por dentro de mim
E no êxtase o silencio aprecio a verdade
Que meus versos são velas a caminho de ti

Minhas águas claras
Minha paz e sossego donde deito a palavra
Onde sigo e persigo e aconchego m’alma

Esta alma lavada e banhada do amor
Do amor que lhe guardo
Como guardo esta flor

Sampa – 07 Mar 2010
Ao Som De – Eu Sei Que Vou Te Amar

06/04/2010

E N C A N T A D O !


A impressão do beijo dado
Marcado no tino ficou
Risos de um tempo passado
Gravado em todos meus versos

Confesso que tê-la tão perto
No âmago dos versos e do rezo
Incita o velho universo
Saborearmos da paz

E tudo que tanto faz
Importa, acalma, suplanta
A minha presente lembrança
Do beijo que ficou pra trás

Atrás no futuro dos dias
Que a vida não apaga jamais

Sampa 06 mar 2010
Ao Som De Seu Jorge – Seu Olhar

05/04/2010

Saudades Carioca !

Veio o vento e mudou o olhar
O olhar de dentro o que faz lembrar
O clarear do sol a luz do amar
E soprou a vela

Mas abri a janela
Esbocei aquarela
E da forma mais terna
Desenhei o teu mar

Aquietei-me esta tarde
Fiz valer minha vida
Tracejei o teu rosto
Vi que a tela sorria

Pois o vento que leva
Em poesia termina

Barra Da Tijuca – RJ – Sexta Feira Santa
Ao Som De Seu Jorge - Seu Olhar.