31/01/2011

Em Sonho Veio Visitar-me !

Mulher que me serve a lira
No dia em que sou saudades
Ela que talvez nem saiba
Os versos que jorrei por nós


Moça que ficou no após
Em sonho veio visitar-me
Parte e fragmento a parte
Nua – Cavalgou em mim


De fundo se ouvia Chico
E eu sem dizer palavras
Menina tanto me beijava
Um lapso que não tinha fim


Daí – Daí é que eu voltava o tempo
E o tempo se invertia em ti


Ao Som De Chico – João e Maria

28/01/2011

DIGA !

Ainda sinto o cheiro a inspirar a tez
A ardente chama tua é que me trás
A suavidade do "G" a selvageria do fez
Que não se desfez

O espelho marcado de suas costas
Também denota as marcas da paixão
O deflagrado auge agora pouco
Que Sensação

Fôlego, unhas, remexo
Apreço, sussurros, teu beijo
Mais beijos, carne e coração
Contra-a-parede-então !

Será o corpo suado a essência da vida
Ou desempenho da gota que explode no chão

São Paulo – 28 Jan 2010
Ao Som De Zé Ramalho – Garoto De Aluguel

27/01/2011

Encontro No Escuro. (ai ai êê ai ai êêê)


Bem Explico:
Gosto de dar versões minhas pra coisas lindas que venho a conhecer ou sou apresentado pelo caminho. (exatamente como o que ouvi hoje)
Não tenho intenção de copiar nada, nem ninguém.
A Idéia é desafiar (brincando) as palavras e os momentos “alheios” que às vezes parecem ser meus.
Alias; Reconheço, admiro e fico maravilhado com determinados talentos, (neste caso) expresso na figura de Maria Gadú cantando.
Maria Gadú – Talento Que Eu Amo!
Vamos então ao que ela chama de “ Encontro “ e ao que eu chamo de; Encontro No Escuro.
Bom Divertimento –
See You All.

(Fê)


(ai ai êê ai ai êêê)

O que vejo no escuro
É a força da palavra
Uma alma encantada
Vem cantando só pra mim

O tema?
O tema é o que mais me transporta
Rezo ?
Rezo pra que não chegue nunca o fim

O ritmo, a brandura, o tom
Um universo todo num pedaço
(dark-blue)
Teu abraço,
Bem mais perto
Perto ?
Perto quer dizer aqui !

Diz ai...
(a i ai êê ai ai êêê)

Canta logo,
Faz que vê
No escuro
Meu instinto
Mais profundo
Labirinto
Procurando
Achou você !
(a i ai êê ai ai êêê)


(Ao som de Maria Gadú – Encontro)


25/01/2011

Frágil Palavra !

Ave palavra clemência do então
Arde segredo no ventre do não
Ecoa a presença que no peito denotas
Morte ao extremo que a saudade transporta

Cerco a coragem nos olhos do agora
Louvo o destino qual habitas Senhora
Faz-se alimento o que fome devora
Vida aos limites no eterno das horas

E sem enganos;
Dai-me esperança nas certezas que guardas
Ave palavra no veio da carne

Sede ao caminho no rumo a você
Sangra meu verso;
O que não sei te dizer !

25 Jan 2011
Ao Som De – Renato Teixeira – Amora
(esta musica muito me toca)

Alento ! ( O Meu Jardim Noturno )

O tom em mim
Arqueia o besouro
E zuni ao jardim
Me assombro.

Silêncio após
Engulo instantes
Cuspo palavras
Intuo enxames.

Pouca clareza
Natural metáfora
Noite sem fim
Cheiro de mata.

Um estranho no ninho,
Feito um bicho te guarda !

25 De Janeiro 2010
Ao Som De Renato Teixeira – Amora

24/01/2011

Mar-Maré Pro Que Der E Vier !


Águas-passadas não é o nome de alguém
Culto, refugio na hora do zen
Zeus, ateus e todos a pé
Tens fé na maré pro que der e vier


Versos, palavras, navalha, nem tanto
Amo, “desamo”, invento um tiquinho
Inho, sozinho, melhor ser a vela
Alma-lavada mil vezes por ela


Calma, disfarça e cante comigo
Sábio nem sempre é esperar o caminho
Mas indo ;


Indo te conto o bom foi sonhar
Quiçá a distancia é um lugar pra falar ;
O Grito Do Terra Se Ouve Em Teu Mar !



Jan 2011
Ao Som De Ninguém vai tirar você de mim - Vander Lee


Vixe !!!


A cintura acusa a fome do quadril
E o que se viu foram às pernas trançadas
Porque quando ela passa
O enredo dos olhos brotam do chão
Sei não,
Avião na terra é sinal de coragem
E de tanta bondade te descolo meu verso
Se confesso estou bobo, se avanço te pego
Pois tudo que mexes trás a voz e canção
Sei não,
Ilusões a parte, te estendo o meu sol
E o farol não ilumina a barra da saia
Carnaval tá chegando, vê se tu não me escapa
Na ladeira tem vaga, Lá na curva do então
Sei não,
Te apreça menina senão morre a paixão


Ao Som De Caetano – Não Enche
Sampa 23 janeiro 2011

21/01/2011

É A Nossa Vez !

A esquerda que me feres, não mata
É seu jeito maneiro de voltar pra mim
É a arte mais leve no sentido que impede
A explosão deste grito nascido em ti


Porque somos distancia
Somos mesmo entre-mares
E se fizermos as pazes
Todo o resto não conta


Este meu faz de contas
Sem você não existe
Quer brigar? Não me chame


Quer me amar? Me convide
Quando somos só nós
Só o amor nos define !

Sampa – 21 Jan 2011
Ao Som De Djavan – Brigas Nunca Mais

20/01/2011

Costa' s !

Eu te parti em vícios
E no precipício onde crio, evaporo
Trago as rédeas de um nunca aqui comigo
E mesmo assim ignoro
A flecha no sentindo do sim
O abrir fechado do teu olho
Morro, renasço e sou castigo [eu sei]
Mas agora pouco
Senti saudades do abraço
Do teu abraço-pedaço que no tempo sumiu
Puta que pariu
Digo; Que a palavra minha ninguém nota
Será a fome de sofrer que sigo
Ou é vê-la as costas ?

Ao Som De Caetano Veloso – Nosso Estranho Amor.
Sampa 20/01/2011

19/01/2011

Indelével !!!

Um dia,
Um dia eu te faço um verso bom
Com a cara e com gozo
Com os olhos no azul


Um dia,
Um dia eu disfarço bem menos
E na face do vento
Te exalo meu vicio


Meu infinito segredo
Meu apreço ao teu beijo
Que ficou pra depois


E se for noite, ou for dia
Se passou ou se ardeu
Permaneça o que foi


Sampa 19 Jan 2011
Ao Som De – Maria Gadu E Ana Carolina
Mais Que A Mim.

17/01/2011

A Sorte Num Três Viajava !

Três é o meu numero da sorte
E dois mil e três foi um ano bom
Me deparei com o olhar e a poesia
Intui um dom

O mar sempre único vigiava
E os olhos que deitei na praia
Brincavam de ti e de mim
Um ápice no tocante ao sentir

Observei-te as mãos, comi teus sonhos
Adulei teus fins, criei-te um mundo
E você partiu

O que ficou foi o verso
E a certeza que o eterno
Pra um terceiro sorriu !

Sampa 17 janeiro 2011
Ao De Chico – As Vitrines
(Amor No Terceiro Ato)

14/01/2011

In poético !

No primeiro instante, amou
Indiscriminadamente, amou
A mercê do verso, se viu
Escravizou as mãos por amor.


Sem rima,
Sem métrica,
“Dessarmadamente” amou
E inventou palavras.


No segundo instante, nada.
Palavras brotavam,
Almas selavam, rimas gozavam
Mas, ela? Ela não tinha.


Intitulo-se poeta,
Morreu poesia!


Sampa – 14 Janeiro 2010
Ao Som de Chico – o que será
(Amor No Segundo Ato)

13/01/2011

Dela Sabe O Corpo Inteiro !

Dela sabe o corpo inteiro
De janeiro a dezembro
No verão, no inverno
Do ultimo ao primeiro
No céu, no inferno
Do mais longe ao mais perto
No pedir, no confesso
Do revolto que estamos ao calmo universo
No que sabes de mim, no que desconfias que peco
Do que me aqueço e o que me arrefeço
Do que digo e não digo
No que sou mais desejo
Dela sabe que o corpo,
Guarda o mesmo segredo !


Sampa 13 Janeiro 2011
Ao som De Chico – Futuro Amantes
(Amor No Primeiro Ato)

11/01/2011

Dilúvio

Quando o ultimo degrau da palavra for basta
E partir a nau da solidão
Reinventado verso te apresento
Entregues por estas mesmas mãos


Que agora matas !
E se desencanta, pouco sabe
Se atormenta, muito sofre
Porque na noite arde


Surrado corpo habita a folha
Veste de impura minhas lágrimas
Sirvo-te então meu desespero
De alma parca .


E tudo? Tudo está assim como deixas-te
- Por um fio da carne !!!


Ao Som De Neil Young - Harvest Moon

08/01/2011

Na Têmpora Um Sonho De Amor

Tinha amor ao céu seu todo olhar
Um navegar sereno pelo azul
No esplendor profundo quis estar
Adorou-te o mundo


Por entre o escuro sua estrela
Certeza plena de iluminar os campos
E frente ao mar seus Deuses a relembrar 
Guardou-te o prumo


Ali, logo ali bem tarde
Já que poema algum suplanta os olhos
Suspirou profundo


Não havia rima, meu caro.
Mas houve sonhos,
E muitos !!!


Imbassaí – Bahia
08 Jan 2011
Ao Som De Djavan – Um Amor Puro.

02/01/2011

Poema III

No ego a canção do só
Como no vento fosse marca
No peito a noção da dor
Porque fez-se estrada.


No alto o imprevisto medo
No raso o apagado espelho
Na verve o que foi palavra
Na carne de silencio, vaga!


De obra? Um legado pouco
um louco que perdeu a fala.
No tempo? Um quem sabe instante.


Por sempre? Toda sua falta
Por certo? A deixou partir.
Por isso? Todo olhar disfarça!


Guaru 2 jan 2011