30/11/2010

Poema III

Coloriu as mãos fez-se aquarela.
E da janela aberta entoava os sonhos.
Cantarolava baixo o som dos anjos,
Vivia um conto.

Na sua alegria mais que intima.
E infinita naquele azul.
Transcendia a aura de si mesmo,
Habitava o sul.

Bebia o toque.
Adorava o entardecer.
Apontava o norte, (toda noite)
Desconheceu perder.

Por fim, foi verso em tua boca.
- Pra depois morrer ! ! !

Novembro Final – 2010
Ao Som De - David Bowie - Never Let Me Down

26/11/2010

Velada !

Pouco antes das seis nasceu o sol
E seu clarão rompeu a minha sala
Cobriu como quem se cobre de alma
- E eu tão nada !

Pouco antes das seis nasceu o sol
E fez-se brilho o que era escuro
Deu voltas por todo o mundo
- E eu tão tudo !

E eu tão tudo,
E tudo na sua dita calma.
E todo o resto nulo,
E todo o resto passa.

E tu ? Tu no teu dormir profundo.
E eu ? Eu no meu tudo-nada.

Sampa (final de semana) Nov 2010
Ao Som De Djavan – Oração Ao Tempo.

25/11/2010

“ PENSATA”

Pedras – Mudas certezas
Areia – Infinita pureza
Pés – Descalços passeiam
Na imensidão do teu mar.

Louvar e escrever na areia
Que as pedras rolam pra vê-la
Pisando o destino qual seja
Certas que irão te encontrar.

Depois – Seguir adiante
Buscar cruzar o horizonte
No caís da paixão, ancorar.

Verter – A vida em poema
E adormecer na presença
Que se viveu, foi de amar.

Ao Som De Ze Ramalho & Daniela Mercury
Procurando Estrelas

23/11/2010

Ardente Desejo !

Baila com teu corpo a realeza
Com a grandeza qual espanta-me o fel da boca
Mata-me como sempre a sede
Que a vida é pouca

Espie, embale, realize
No olho do abstrato escreva “Quero”
Na carne culpe-me cem vezes
Sussurre perto

Deslize e não te afaste de mim
Deixa-me queimar em tua trama
Sem rimas perpetua-me teu poema

Diz que me ama
E certa de que arde um só segredo
- Sangreis em chamas !

Ao Som De - Mondo Bongo - Joe Strummer & The Mescaleros

19/11/2010

Balada Sexta !


A face aguda
O tronco sua
O corpo em curva
A carne crua

O tocar em ti
A chama ardente
O sentir enfim
O grudar da gente

O tatear com olhos
O comer com as mãos
O melhor por vir
O perder razão

O arrepio chega
A distância parte
O apontar ao meio
O espelho pari

Os pés flutuam
O chão é cama
A cintura fina
Os seios clamam

O sangue ferve
O ouvido flagra
A boca pede
As coxas abrem

O melhor de mim
O também você
O explodir enfim
O permanecer

O olhar no olho
O silencio fala
O repetir de novo
O amor se espalha

O segredo é nosso
O que arde é sina
O que baila é o tempo
A mercê da vida...

Ao som de – Rappa – Minha alma
Porque A Sexta Promete

18/11/2010

Soneto Pro Vicio De Amar-te.

Porque cai a tarde a noite vibra
Em algum lugar do céu pari a certeza
No apogeu do brilho enquanto flerto
Lembranças deste amor, conto as estrelas

No tempo inerte a flor alcanço
Renasço e morro, mas creio
Pertenço ao silêncio das folhas
Confio no sereno que beijo

- E sei te amo.
Meu quando é a hora infinita
Meu canto de fé – Poesias !

E sei vou indo,
Teu nome eterno aconchego
Teu vicio a minha alegria...

Ao Som De - Moonlight Sonata - Beethoven

17/11/2010

“ Terra Foi O Mané Quem Deu “


Terra, Foi O Mané Quem Me Deu! 

A bola cruzou a rua
De pés descalços e a alma nua
E eu por saber que a vida continua
Hoje nem quis despertar

Sonhava o meu sonho menino
Tino, Versos, Traquino
Preguiça, Reversos, Destinos
E aquele amor pra voar

No tempo maior que o espaço
Amigos de eterno laços
Cresciam junto ao meu lado
Atento ao radio tocar

Ouvindo o encanto das ruas
Pois essa é a verdade mais pura
Que eu já morava na sua
No aquilo maior que o amar

Ieda era a moça mais linda
Paçoca ainda mais Diva
A Lú colada a Doquinha
E o tempo não quis terminar

O Helinho, O Boca, O João
Magoo, Mané e Paulão
Cabeça, Renato, Peitica
Também atendiam por irmão

O Língua, O Kiko, O Murilo
Esses com Deus já estão
Meninos anjos tão vivos
Cantavam a minha canção

O Ciso, O Gui, O Gordinho
O Mug, O Pim, O Pirilo
E as mães de todos amigos
Por sempre tinham razão

 O Tike, O Juninho, O Marinho
Perfeitos amigos "certinhos"
O Mario mais que o Juninho
O Tike um perfeito de um cão

Fontana é o nome do Cesar
O Sandro um tremendo brigão
Luis quem quebrou a perna
Fabinho cantava Elton John

Peri, Chocô, Zé Roberto
Banana, Geleia e o Feijão
Quisera tê-los por perto
Jamais esqueci o Wagão

Frajola , Tiguês, Edmilson
Por um tempo andei com Serginho
“Buldogue”, o da Juscelino
Fazia o cerol com as mãos

Junica encaçapava a gordinha
Chitauro uma outra bolinha
Fabão era lá da Vilinha
Vilompa era um baita timão.
O Estácio era bem acanhado 
Com o Alfinete, cuidado
O Dumbo morava do lado
Na frente tinha um balão
Serginho, o lindo irmão do Osni
Com o Tuco e o Zé Rica eu curti
E o Ciro e o Maninho eram assim
Viver era pura emoção


Luisinho da João Cachoeira
Na Urusuí, as cervejas
O Parque na rua da feira 
De frente ao Mops, L o i r ã o

Paulitro irmão da Celinha
Deborinha um beijo menina
Quem não se encantou com Patricia
A Deusa do nosso Japão

O Tonho, O Petruz, A Petrula
O Maguila, O Roni e a Rua
O Dando, O Kimbô e a chuva
Jamais passaram em vão

Tikala, Itamar e a Cris
Amigos pra vida que eu fiz
Vadola, A Bia e por fim
A Cris, O Caíque e a Tikão

Dúdú, A Landa E a Cida
O Lú, O Guarú, e o Canjica
A minha Vó Dona Chica
A Lagrima derramo no chão

Manolo era o cara engraçado
A Santa Tereza do Bairro
A Missa rezava o frei Paulo
Domingo era duro o Sermão
O Val era gol na certeza
O Plinio uma outra beleza
No Xut o duelo na mesa 
Juiz era tudo ladrão

No Canto tinha, o Esquerdinha 
No Mé, O Danilo e O Dimas 
Seu Jézo sempre dizia
Choveu não tem jogo não


Ailton, o amigo Santista 
Paulé, Baleia e o Juquinha
Vasquinho era só alegria
Cansou gritar campeão

Sorvete era só do cavalo 
Se o Bar do Buchecha, fechado 
O Mestre era sempre mais caro
E o Gonsalito, opção

A carvoaria, São Jorge
Mauá tinha o morro mais nobre
Não tinha nem rico nem pobre
Mas, todo respeito era bom 
A feira era sempre de sábado
O Torres ficava na Horácio
No Sesc jogava-se saibro 
A Iguatemi era, mão

Com três pra trás, deixa o taco
E gol a gol é com o Flavio
Gritava alguém; Vém o carro
O certo é ficar sem ação

 Bibi era nome do Bairro 
Jardins o Bairro do lado
Pinheiros um pouco afastado
Quem nunca correu do Gusmão

Se bola gira com a lida
A lida dá vida à lira
Sonhar foi viver alegrias
No nosso Itaim da Paixão

Amigos aqui não citados
Lembrai-vos que sonho acordado
E conto em ser desculpado
Do amigo, espero o perdão

Ah – E antes que eu que eu pegue essa estrada
Na Sertãozinho eu morava
Ficava depois da Aspásia
De fronte, (quase) o Tedão

Abraços dos mais apertados
A gente se vê no acaso
Você meu amigo mais raro
Te levo no meu coração...


Sampa – 17 nov. 10 – Lagos Nigéria 04 Março 2017
Ao Som De – Rita Ribeiro – Contra O Tempo
Vídeo Link Abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=FsxiYX6zv_Y

PS* Terra é meu apelido de infância e foi colocado pelo
meu grande amigo e irmão Mané (Manoel Abreu) o meu, Néo.

16/11/2010

BACK !

Haja além para este tanto de nós
Porque a sede é selvagem
E a carne oceano
Devorando o após

Haja o que desata os nós
Feito as mãos a deriva
Pelo mar do teu corpo
Cujo teço esta lira

Tatuando o começo
O caminho, o apelo
A eternidade, a chegada

A ausência de tudo
O inferno do mundo
Quando tu não estavas

Ao Som De Nana Caymmi – Vinho Guardado.

12/11/2010

Tomados !

Dourava a pele com a pouca lâmpada
E o suor do rosto, eu o dedilhava
A arte do tocar e não dizer
Apenas o sentir com a alma.

O relógio não contava o tempo
E a liberdade insistia em explodir
Um par diante do espelho
Um desejo maior que o fim.

As horas tantas,
Eram tantos os Deuses em nós
Que em nossa trama
Queimavam os fios dos lençóis.

Agora conta-me - Por onde deflagro teu nome,
Por onde consagro-te a voz ?

Nov 2010
Ao Som De Nana Caymmi –Vinho Guardado

11/11/2010

Inicio, Meio E Fim !

Despertou, olhou, cassou a lira
Sacudiu os ombros, espiou o norte
Jurou, cravou, não se continha
Agradeceu a sorte .

Deixou o vento tocar-lhe terno
Amanheceu, lembrou e equiparou-se
Ouviu, sentiu e fez um verso
Apaziguou-se .

Naquele instante foi mar
Atravessou, encontrou e disse
Vim te buscar .

Adorou, afagou e partiu tão só
Respirou, ardeu e teve dó,
- Depois foi pó !



Novembro 2010
Ao Som De – Flavio Venturini/Todo Azul Do Mar

08/11/2010

Cruzadas !

Quem me dera o canto
O fino traço da palavra encanto
O peito erguido sem enganos
O imenso azul pra navegar

Quem me dera, já
Colher os frutos quando ando
Cobrindo os olhos de quem amo
Sonhando em te reencontrar

E quando em ti chegar
Cantando o que me vale a vida
Da lira que entoei um dia
Tu saibas que deixei por lá

A nau que acudiu meus sonhos
E os cantos que cantei ao mar

Lagos – Rumo A Amsterdã
04 nov 2010

02/11/2010

Schiphol Moon !

Ainda que não seja o tempo
Do sol lembrar-se de florir
Cuido a palavra “Amor”
Te trago aqui

Um ínfimo vão sopra lembranças
E toda a sua vontade ainda dorme
Então lá fora tudo é fim
O fim que meus versos colhem

Um pé aqui o outro também
Pelo bem maior que o tino vaza
E eu corro pra morar em ti
Aos olhos desta madrugada

E a sua poesia está em mim ,
O resto é nada !

Ao Som De – R.E.M. – Nightswimming
Amsterdan – Holand